À DERIVA SONORA
Partindo da “teoria da deriva” proposta pelos pensadores situacionista, como Guy Debord, onde propuseram aos cidadãos se lançarem à deriva em suas cidades, deixando que o meio urbano crie seus próprios caminhos, com intuito de construírem outros mapas além daquele pré-estabelecido no mundo capitalista entre a casa-trabalho-casa. A ideia é potencializar uma ocupação da cidade como ação libertária.
À deriva sonora que proponho é investigar o som do espaço urbano. Procurando escutar o meio em que trânsito em duas formas:
1) Passiva: Escutar e perceber o som que me circunda. Desacelerar e ouvir o espaço sempre proporciona novos encontros. Permitir ouvir os sons mínimos que reverberam em todos os objetos.
2) Ativa: Perceber sonoramente os ruídos que podemos causar num espaço. Qual seria o som daquela árvore quando tocada? Ou como soaria um determinado instrumento em tal espaço? Todas as grades de metal que nos cercam poderiam ser instrumentos percussivos ao ar livre e não uma castração da mobilidade humana.
Alio essas duas formas de escuta num trabalho audiovisual que procurará mapear o espaço urbano por meio de um site, onde serão feitas gravações de campo, paisagens sonoras e peças eletroacústicas. Instigo músicos convidados e pedestres para essa experiência sensório-criativa.